segunda-feira, 25 de agosto de 2014

VEJAM UM POUCO DA HISTORIA DO VELHO GOL GTI:

Que o GT 1.8 foi um guerreiro, não restam sombras de dúvidas.
Mas que o GTi, foi o que a VW fez de melhor no país, esta é uma certeza maior.
Praticamente todos os defeitos existentes no GT 1.8 e no GTS "foram corrigidos", e mais, ele dividiu a história da indústria automobilística nacional em "antes" e "pós" GTi. Porque? Simplesmente porque foi o primeiro carro brasileiro com injeção de combustível. Isso mesmo. Adeus carburador, desrregulagens, "engulhamentos", afogadas, etc... enfim, adeus "pregos".
Apesar de não ser mapeada, a injeção era multiponto (quatro bicos, um para cada cilindro) e não tinha sonda "lambda", hoje item indispensável, dada a bagunça que virou nosso combustível. Ninguém sabe é álcool, gasolina, "batizado", diesel, ou rafinado, ou ainda solvente. A injeção não era um primor, se comparada com as que temos hoje, mas foi o início de tudo. Isso obrigou as outras montadoras a se mexerem em regime de urgência. A GM respondeu com o desajeitado Monza 500 EFi (em 1990), depois o Kadett GSi, a Fiat com o Uno 1.6R e o Turbo ie, e a Ford, espertamente, com o Escort XR3 2000i. Nenhum foi inimigo à altura.
O comportamento dinâmico do GTi era outro. Com quase 20 quilos de torque para puxar a massa suspensa, desperdiçava potência, e quase sempre, devido as arrancadas mais furiosas dos garotos mais impetuosos, "rasgava" a frente, em pontos nevrálgicos, que hoje todo "golzeiro" sabe onde é. Eu sei! Aliás, esse é o "calcanhar de Aquiles" do velho e bom GTi.
A VW havia aprimorado o problema de rotação excessiva do velho bielinha curta, e melhorado a curva de torque, o motor agora era o "biela longa", que despachava 100% do torque em 2 mil giros, coisa que o bielinha só fazia em mais de cinco mil. Tinha comando hidráulico (tuchos), melhorando o ruído e "flutuação" das válvulas em regime de "goela aberta". Até hoje, acelerar um GTi, acima de quatro mil giros dá arrepios. É "pediu, tocou". Afundou o pé, e ele te enfica nos Recaro "super-rígidos", aliás, nesse ponto, somente nesse, houve piora. Os encostos vazados são horríveis, se comparados com os outros, do GTS.
Encontrar um que não tenha as famosas trincas é missão quase impossível: é procurar uma agulha no palheiro.
Enquanto existiu, o GTi não teve oponente a altura. Nem Kadett GSi, nem Escort XR3 (que aliás usava seu propulsor, fruto da malfadada "joint-venture" entre VW e Ford, resultando no Frankstein chamado de Autolatina), nem Uno Turbo ou 1.6R. Enfim. Nada! O GTi "quadrado" reinou absoluto enquanto viveu.
Hoje um em bom estado é raríssimo, preço de pedida altíssimo e é disputado "no tapa".
O parâmetro do quanto ele foi mais carro é a comparação de preço e nível de procura que ele tem se comparado com os seus "inimigos naturais", já citados. Em seu lugar vieram os GTi 2000 e o GTi 2000 16v (esse era interessante), mas já não conseguiram agremiar a legião de fãs, que o quadradinho tinha. É quase impossível um GT, GTi ou GTS coexistir na mesma garagem com um GTi "bolinha". São carros distintos, parecem de fabricantes diversos. Em 1994, o velho gol GTi quadrado saiu das linhas de montagem e entrou para a história.

Nenhum comentário:

Postar um comentário